Frequentemente, fico maravilhado ao estudar o livro de Atos. E Tenho o mesmo sentimento diante dos relatos da história da Igreja e dos grandes homens que Deus usou nesse processo, escolhendo-os, chamando-os, capacitando-os diante das pressões de seu tempo e fortalecendo sua fé para resistirem às tentativas de enfraquecê-los, confundi-los e intimidá-los.
Eu sempre penso: “Como esses homens foram privilegiados! Deus os separou de forma tão especial e singular para um momento específico da história cristã, e os manteve perseverantes mesmo em dias tão sombrios, onde o amor e a fé em Deus, foram tremendamente questionados. Como eu gostaria de ser e viver como esses homens.”
De fato, esses “grandes homens” experimentaram a graça e a bondade divina de forma única e se utilizaram de todas as ferramentas para testemunharem aos incrédulos sobre o amor do Senhor. Eles encorajaram o restante da Igreja de Cristo a resistirem com fé e firmeza e glorificarem a Deus em sua conduta, ousadia e constante, resiliência.
Mas nós também, desfrutamos do privilégio de sermos testemunhas do Deus vivo e do seu amor para com o pecador, nos dias em que fomos soberanamente inseridos.
A ordem que encontramos em Mt 28:19-20 continua viva e atual – “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo,ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos”; O próprio Senhor Jesus, falando-nos por meio do ensino aos seus apóstolos, já nos preparou para os dias difíceis, independente de tempos: “Eu lhes disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo”. Jo 16:33, e ao mesmo tempo nos encorajou com a certeza da sua presença, através da habitação e capacitação do Espírito Santo: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós.” João 14.16,17
A questão é: “Conhecendo e crendo em tudo o que recebemos do Senhor e da sua vontade para a Igreja, como temos nos posicionado diante das adversidades e pressões que sofremos em dias atuais?”
Muitos, olhando para “os fortes ventos” decidiram se apegar às palavras ou segurança que homens, comuns e pecadores como nós, podem lhes oferecer. Esses, constantemente, se afundam nas suas próprias preocupações. (Embora, faz-se necessário reafirmar nosso amor e zelo pela vida, e a necessidade de identificarmos a ciência como instrumento de providência de Deus para abençoar o seu povo). Outros, não apenas têm se intimidado, mas se distraído com discussões de homens, buscando representar ou defender quaisquer que sejam os “lados”, “posições”, “partidos” ou “princípios.” Utilizam, inclusive da própria Palavra de Deus, para justificar suas opções, inseguranças ou medos. Ou ainda encontramos irmãos que decidiriam se alienar diante de uma enorme crise mundial, que tem revelado muito mais a respeito do homem e da Igreja, do que de fato, gostaríamos de demonstrar: Há um enorme descuido e despreparo entre nossos irmãos, para identificar, que também estamos em lutas espirituais.
Mas, percebam como somos chamados a manter sobriedade e equilíbrio diante de um mundo que Jaz no Maligno (Jo 5:19), desfrutando de tudo o que necessitamos para permanecer firmes e convictos do amor de Deus sobre toda e qualquer circunstância; e sobre a história.
Paulo em 1 Coríntios 15, abordando questões relacionadas a ressureição do corpo e o propósito da vida do Cristão, nos ensina: “Irmãos, quero lembrar-lhes o evangelho que lhes preguei, o qual vocês receberam e no qual estão firmes. Por meio deste evangelho vocês são salvos, desde que se apeguem firmemente à palavra que lhes preguei; caso contrário, vocês têm crido em vão.” (vs 1-2), ele acrescenta: “Se é somente para esta vida que temos esperança em Cristo, dentre todos os homens somos os mais dignos de compaixão.” (vs 19), e ainda: “Como justos, recuperem o bom senso e parem de pecar; pois alguns há que não têm conhecimento de Deus; digo isso para vergonha de vocês.” (vs 34) e finaliza: “Portanto, meus amados irmãos, mantenham-se firmes, e que nada os abale. Sejam sempre dedicados à obra do Senhor, pois vocês sabem que, no Senhor, o trabalho de vocês não será inútil.” (vs 58)
PRECISAMOS ESTAR ATENTOS! Precisamos agir com sabedoria, bom senso e munidos de verdades bíblicas, diante dos desafios que enfrentamos diariamente, e diante de um mundo que nos pressiona a abandoarmos a vida e a segurança que Cristo promove, em troca de quaisquer “migalhas”, desde que negociemos nossa fé e esperança em Deus.
“Deus é o nosso refúgio e a nossa fortaleza, auxílio sempre presente na adversidade.” Sl 46:1
Somos a Igreja, separados e capacitados para vivermos nessa época e diante desses desafios que estamos experimentando. E o Senhor quer nos usar, como ferramentas da sua misericórdia e compaixão, mostrando aos homens seu amor e justos juízos diante de toda a corrupção e engano que a humanidade se encontra.
Persevere! Santifique-se! Não se distraia! Desenvolva sua salvação com temor e tremor, ainda que os dias se tornem mais difíceis ou sombrios, ou que pela misericórdia, encontremos tranquilidade e descanso diante das adversidades.
Talvez, daqui algum tempo, outros irmãos se lembrarão de nós e da perseverança da Igreja, que se manteve fiel, atenta e intencional, e sejam encorajados e edificados por todas as informações quanto a nossa convicção doutrinaria, amor pelas escrituras e intimidade com Deus. E também sejam fortalecidos diante das lutas que enfrentarão para continuar anunciando o Reino de Deus e as boas novas da Salvação; Sem parar, sem retroceder, apenas avançando como Igreja, até que Ele volte para buscá-los. E então serão considerados como Servos Privilegiados pelo Senhor Deus.
Átila José de Miranda Botinha
Pastor da IEL de Palotina
Técnico em Contabilidade; Bacharel em Teologia com ênfase em Ministério Pastoral; Pós Graduado em Aconselhamento Bíblico